SONE-TAO
“O homem mais elevado serve-se
de seu coração como se fosse um espelho.
Não foge das coisas nem vai ao encontro delas.
Reflete-as, mas não as detém”
Dchuang-Tsé (335-275 a.C.)
Qualquer um com o TAO nunca é o tal,
que o Tao, só por ser TAO, é o Todo e o Um;
sem ele a vida é nada e o Ser nenhum,
com ele cada qual cumpre o seu grau.
Que o TAO é o Não-ser, é o vazio comum
por trás da Não-ação, ponto ancestral
do qual as dez mil coisas (Bem e Mal)
derivam-se em ser cogito, ergo sum.
O TAO flui sem cessar… e assim penetra
os corações a fim de os esvaziar;
seu verdadeiro nome é inefável,
também sua natureza, que é secreta…
que o TAO compreende o rico e o miserável;
não julga, e só por isso sabe amar.
Paulo Urban, sonetista do Aquarismo
29 de setembro, MMXIX
decassílabos heroicos