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Plutão, Pai das Estações – Parte VI

Plutão Astrológico – ATO III

Tendo em vista nossa tertúlia, ao meio-dia de hoje domifiquei o mapa a investigar esta epidemia deflagrada na China, que já se alastra pela Europa. Júpiter, a 21º44’, acha-se rodeado por ‘maléficos’. O primeiro deles é Marte, que, tendo ingressado em Capricórnio no último 16 de fevereiro, hoje está a 18º03’, pondo-se em conjunção com Júpiter, seu pai, já ao alcance de seu abraço. Este, por sua vez, que ingressou neste mesmo signo em 2 de dezembro de 2019, há algum tempinho se demora em conjunção com seu irmão Plutão, hoje a 23º33, bastante próximo de Saturno, que está a 29º19’, prestes a ingressar em Aquário. Plutão e Saturno, por sinal, ainda há pouco estavam em conjunção, que se fez partil no sábado 12 de janeiro. Na tarde do domingo, dia 13, a celebrar a efeméride, Paulo Urban me visitou, ocasião em que nos propusemos a realizar para breve este encontro, para o qual fiz questão da presença do confrade Alan.

Mapa da ‘Conjunção Epidêmica’ de 13 de março 2020, domificado às 12h, São Paulo (SP)

— Lembro bem. Mas ninguém falava em epidemia àquele dia.

— Não mesmo – interveio Alan – conforme li, o primeiro caso de Covid-19 surgiu em Wuhan, China, em 1º de dezembro de 2019; mas só foi reportado aos 31 do mesmo mês, de modo que quase ninguém atentou para o caráter também epidemiológico desta conjunção Saturno-Plutão de janeiro último.

— Saturno está em Capricórnio desde dezembro de 2017. Ele se sente bem confortável aí, como também em Aquário, ambos signos que o têm por regente. A diferença é que em Capricórnio, Saturno nos convida a apurar a noção de realidade e concretude, ao passo que, em Aquário, nos conclama a transgredir esse mesmo senso apreendido no signo anterior, fenômeno este que se fará ainda mais potencializado quando, ao longo de 2021 e 2022, Saturno estiver fechando quadratura com Urano, que transita hoje por Touro. E serão três as quadraturas entre os dois

— Páginas revolucionárias pela frente! – apregoou Alan, algo empolgado.

Por supuesto! – concordou o mestre – após os abalos das estruturas, tema clássico de Capricórnio, qual será a nova ordem social? É a pergunta que fica, mas só quem responderá a ela será o mundo ele próprio, haja vista ser Saturno um cobrador de boletos, e Plutão, moroso em sua órbita, um agente de transformações geracionais….

— O que devemos esperar disso? – quis saber.

— Os efeitos desta tríplice conjunção Plutão/Saturno/Júpiter, hoje especialmente comemorada por Marte, que já está em meio a eles, carrega em seu bojo um potencial devastador, cujo impacto predispõe a quebras de paradigmas em ampla escala mundial. Não só o capitalismo está em xeque, como as sociedades que souberem mobilizar-se oportunamente verão vingar suas conquistas político-sociais. Não nos esqueçamos também de que nosso planeta a cada ano vem se mostrando mais vulnerável às mudanças climáticas, algo deveras preocupante, e a conjunção em questão pode significar também esse alerta, de que daqui por diante tudo possa ser bem mais severo, talvez com danos irreparáveis em termos de desequilíbrio ecológico.

Marte, o Portador das Guerras

— Ou seja, já não fosse a epidemia, estamos expostos a vários outros arrastões – preocupei-me.

— Tanto para o bem quanto para o mal da humanidade – ponderou Nicolau. E ponderou:

— Desastres climáticos, recrudescimento das guerras, novas ameaças epidêmicas… presumo sejam estas as pautas comuns nesse panorama global de reajustes que se farão mais intempestivos pelas próximas décadas.

— Ou seja, os caminhos da humanidade dependem principalmente da consciência coletiva que saibamos assumir no transcorrer desses anos – concluiu Alan.

— Perfeitamente! Neste sentido, a fim de que possamos melhor visualizar o futuro, é preciso antes olhar para o passado. Tomemos para tanto alguns exemplos.

Numa tensa expectativa, ouvimos o mestre relatar:

— Em 24 de agosto do ano 410 d.C. deu-se o primeiro saque de Roma pelos povos bárbaros que, de pouco em pouco e cada vez mais frequentemente, foram conquistando os territórios sob dominação latina. Curiosamente, justamente nos anos de 411 e 412 é que se deu pela primeira vez em nossa História depois de Cristo esta mesma tríplice conjunção: Júpiter, Saturno e Plutão, os três em Capricórnio. Plutão nem fazia parte da consciência humana àquela época, mas o evento foi decisivo, basta lembrar que dali a meio século, a data clássica é o ano de 476, definitivamente deu-se a queda do Império Romano.

À minha mente vinham cenas do antigo épico de Hollywood, lançado em 1964, ao qual assisti quando criança pela TV, junto de meus pais, estrelado pela inesquecível Sophia Loren, com Alec Guiness no papel de Marco Aurélio.

— A segunda vez em que estes grandes se encontraram aí, em Capricórnio, foi no século VIII, nos anos de 709 e 710. O impacto deste encontro astrológico já se faria concretamente observável a partir de 711, por ocasião das primeiras invasões árabes na península ibérica. Era o começo da expansão ocidental muçulmana, que estabeleceria o califado Omíada sobre a Hispânia pelos oito séculos seguintes.

E abrindo o Corão, retirado da mesma estante de onde há pouco buscara a Bíblia cristã, Nicolau nos leu com empostada voz: “Ó fiéis, não tomeis por amigos os judeus nem os cristãos; que sejam amigos entre si. Porém, quem dentre vós os tomar por amigos, certamente será um deles; e Alá não encaminha os iníquos”. A proclamar a hostilidade, ipsis literis, são estes os dizeres da Surata 5,51.

“Batalha de Guadalete”, – invasões árabes na Península Ibérica – óleo sobre tela de Mariano Barbasán Langueruela, 1882_

— Não é à toa que tantos termos árabes se incorporaram à Língua Portuguesa – comentou Alan.

— Mais de mil palavras, com certeza – anotou o mestre. E completou:

— E temos ainda uma terceira conjunção tríplice destes mesmos planetas em Capricórnio no século XII, no biênio de 1146 e 1147.

— As Cruzadas! – exclamei.

— Bingo! Precisamente a segunda delas, fomentada em 1146 pelo abade Bernardo de Claraval e por Luís VII, rei de França, que se atiraria pessoalmente à empreitada. Os Cruzados erguiam-se em resposta à reconquista de Edessa pelos muçulmanos, que ocorrera em 1144. Deflagrada em 1147, a Segunda Cruzada estender-se-ia até 1149, trazendo desastrosas consequências para os cristãos.

Segunda Cruzada (1146-1149)

— Mas o amado mestre comentava que desta vez as coisas estão ainda mais críticas dado à passagem de Marte por entre estes deuses constelados… – pontuou Alan.

— Sim, dado a esse particular, potencialmente mais funestas se fazem as conjunções de cada um destes planetas, tomados dois a dois.

— Em que sequência dar-se-ão estes aspectos? – indaguei.

— Vamos lá, passo a passo: Marte alcança Júpiter já na próxima sexta-feira, farão conjunção partil aos 22 graus de Capricórnio. Marte, então, o ultrapassa para dali a três dias fechar partil com Plutão, aos 24º. Neste mesmo dia é Saturno quem ingressa em Aquário. E quando Marte vier a fazer exata conjunção com ele, Saturno ainda estará a 0º grau de Aquário – o que se dará em 31 de março e 1º de abril. Nestes mesmos dias, o outro par de deuses, Júpiter e Plutão, estarão em conjunção a exatos 24º de Capricórnio, sendo que no dia 5 de abril esta união se estende ao requinte dos minutos: 24º 53’.

— E o que devemos abstrair disso tudo? São tantas configurações…

— De novo, façamos por ordem: primeiro Marte e Júpiter. Ambos são dotados de alta carga energética. Se o primeiro é determinação e coragem, o segundo é potência em expansão. Por estarem em partil, ambos em conjunção com Plutão que está 2º graus adiante, Marte tende mais para a explosividade, e Júpiter bem pode prestar-se a servir de pavio a acender essa pólvora. Júpiter e Plutão, inclusive, instigados pela presença de Marte, podem ainda gozar de certa autoconfiança algo exagerada, até inconsequente, com tendência à tirania. Não nos esqueçamos que Marte tem por satélites Phobos e Deimos, a dizer, o medo e o terror, dois arautos da peste que vem chegando, ocorrência funesta que deus Marte propriamente representa.

— Peste que poderá mais ainda alastrar-se dado à presença de Júpiter a testemunhar o encontro entre os dois malditos, se bem compreendi – falei.

— Perfeitamente, toda disseminação das pragas trazidas por Marte encontra em Júpiter um grande impulso de conflagração. Ademais, tanto Marte quanto Plutão, ambos regentes de Escorpião, representam forças invisíveis, inimigos ocultos, um retrato astrológico bastante literal do que quer que venha a ser esse novo vírus. Não à toa Marte e Plutão têm por tema as guerras e as admoestações, ambos adoram provocar fenômenos pela força e pela impulsividade. Se Marte trabalha de um modo mais sangrento e incisivo, Plutão em sua natureza opera mais cirúrgica e secretamente, a causar profundas transformações, atuando ainda de jeito tão mortal quanto amoral. O encontro destes dois favorece a explosões de distintas ordens mundo afora, haja vista Marte ser amigo do fogo, predispondo a incêndios terríveis proporções, a incluir a queima de florestas e amplas áreas mananciais, assim como aconteceu recentemente na Austrália, visto que a conjunção em Capricórnio aponta para transformações radicais especialmente associadas ao elemento terra.

— Mas Marte, após atravessar Capricórnio, seguirá abrindo frentes de batalhas, a dar com Saturno já à entradinha de Aquário, não é isso? – completou Alan.

— Na Antiguidade, antes de conhecermos Plutão, eram só estes dois os assim chamados ‘planetas maléficos’. Como Saturno rege o tempo, os limites e nos cobra disciplina e responsabilidades, e Marte, muito pelo contrário, quer ver suas pendengas resolvidas para ontem, conferindo certa urgência às nossas vontades e determinações, este aspecto conjunto entre os dois pode tanto servir à resolução eficiente de velhos problemas quanto a frustrações decorrentes do imediatismo ao lidarmos com aquilo que nos cobra maior perseverança.

— A História, porém, nos mostrar que a humanidade sempre foi bem mais imediatista que sensata – observei.

— Só o que sei é que para lidarmos com uma epidemia – seguiu Nicolau – será preciso haver vacina. E sua produção exige anos de diligente pesquisa. Talvez este aspecto planetário, Marte conjunto a Saturno, colabore um tanto a nos frustrar face à realidade de termos de esperar ainda um bocado até que alguma vacina fique pronta. Perigo maior consiste em que, enquanto não seja sintetizada, Marte colabora a causar mais inquietudes e a acirrar os ânimos dessa gente toda confinada que, vivendo sob regras de isolamento social, ponha-se bem mais predisposta às brigas familiares, à violência doméstica, aos desentendimentos entre vizinhos. Não tenho dúvidas de que os crimes passionais venham a intensificar-se no período, mas também revoltas populares contra determinações de quarentenas em diferentes partes do mundo poderão ser ocorrências até comuns, caso Marte não se entenda com Saturno. Caso falem a mesma língua, sorte nossa, poderão até colaborar para um amadurecimento coletivo no tocante ao nosso comportamento social. Linhas gerais, creio sejam essas algumas das qualidades inerentes a este presumido aspecto.

— Então quer dizer que não adianta correr, viveremos todo tipo de atritos e conflitos por 2020 ele todo – ajuntou Alan, semblante escuro.

— Tão logo estes eventos se registrem pela passagem de Marte em meio à tríplice conjunção, conquanto o planeta vermelho segue adiante espada à mostra, resoluto em seu itinerário, Plutão, Saturno e Júpiter ainda se farão retrógrados, marcando pegadas ainda mais severas pelas terras já revoltas de Capricórnio.

— E como desgraça pouca é bobagem… – era Alan, mais pessimista – … presumo que tal retrogradação tripla coincida com o recrudescimento da epidemia que ora nos alcança.

— Infelizmente, não vejo como deduzir outra coisa. Tudo conforme astrologicamente anunciado! – exclamou Nicolau, suspirando.

O mestre pôs-se então a sorver do vinho. Em seu olhar, um misto de pena com resignação. Nenhum desânimo, contudo. E deu assim seguimento à palestra:

— Saturno mal entra em Aquário, já se faz retrógrado. Seu retorno para Capricórnio começa em 11 de maio, a 3 minutos de arco antes de completar 2 graus de caminhada por Aquário. Quatro dias depois, é Júpiter, a 27º14’ de Capricórnio, quem se põe a retornar para abraçar Plutão pela segunda vez. A bem da verdade, se considerarmos o intervalo de 5º como os limites de uma conjunção, dado a seus movimentos direto e retrógrado, Júpiter e Plutão manter-se-ão assim, conjuntos, por todo 2020 e ainda começo de 2021. E por três fazem partil: 5 de abril, 30 de junho e 12 de novembro. Aliás, de abril a novembro não se afastam um do outro mais que 5º durante setembro o mês todo. O intercâmbio entre os dois é uma alquimia; Júpiter, em sua busca por crescimento e expansão, é confrontado pelo antagonismo de Plutão, cuja preferência é pelos subterrâneos, pelos veios desconhecidos. Curiosamente, esses dois fazem belo par quando o assunto é ir atrás de um antídoto; a propósito, não nos esqueçamos que Júpiter é exímio farmacêutico. Essa conjunção entre os dois, a ocorrer em 11 de novembro, já se fará com ambos em movimento direto, como assim se puseram, Júpiter aos 13 de setembro e Plutão aos 5 de outubro. É como se voltassem juntos a andar para a frente depois de terem ido procurar por algo perdido, oculto às suas costas. Fenômeno assim cheira a descobertas, não me admiraria que justamente por aí viesse a ser sintetizada uma primeira vacina a combater a peste.

— Tomara seja!

— Que os deuses nos sejam favoráveis!

Nicolau seguiu:

— A dar uma forcinha às rigorosas pesquisas, Saturno também se põe em movimento direto em Capricórnio a partir de 29 de setembro, para entrar definitivamente em Aquário aos 18 de dezembro, quando seguirá adiante com suas novas preocupações, agora em acordo com os temas deste signo que pautam a favor de conquistas tecnológicas e científicas em nome do bem comum. Assim presumo, só estaremos começando a saber lidar com esse pesadelo que será 2020 quando já estivermos prestes a entrar em 2021. Por outro lado, nada estará perdido para sempre enquanto houver no coração humano uma dose de esperança e espaço para o amor. Afinal, 2020 presume seja um ano de real amadurecimento que, infelizmente, só virá iminentemente pela dor, a ver pelo projetado luto universal, esses milhões de mortos que o mundo estará computando ao fim de dezembro. Claro que seguirá morrendo ainda muita gente por conta da epidemia ano seguinte afora, mas os piores aspectos já terão sido sobrepujados, e o trânsito de Saturno por Aquário mais combina com tensões que, embora continuem exigindo bastante da humanidade, serão também promessa de uma nova ordem centrada em ideias de justiça e algo mais libertárias. De qualquer modo, só estaremos melhores pessoas para viver 2021 e os anos vindouros se soubermos realmente assimilar este solavanco que está se dando justamente agora lá no alto do Olimpo, astrologicamente representado pelo encontro destes quatro deuses na montanha que é Capricórnio.

— Deveras complexo o aprendizado desta noite, muita informação a ser pelos próximos meses processada – adiantou-se Alan.

— Infelizmente, presumo não seja para breve nossa próxima tertúlia – asseverou mestre Nicolau – imenso prazer seria o de nos reunirmos para conversarmos a respeito da implicação de Quíron em nossos mapas, mas receio isto somente se torne viável uma vez dobrado o desafio desta pandemia.

— Estejamos, pois, alertas e vigilantes quanto aos dias que virão – observei.

— Orai e trabalhai! Pois, não é este o nosso dístico? – concordou Nicolau – Também o sagrado templo de nossa ordem da TAO manter-se-á fechado durante todo este interregno pandêmico, conforme afiançou-me hoje pela manhã Christiano Sotero. Nosso mestre deve continuar a operar sua Obra em absoluta solitude em seu laboratório, entretanto.

— Todos devemos! – respondemos em uníssono – Consoante os preceitos apreendidos em nossa Iniciação.

— Assim seja! – concluiu Nicolau – fazendo determinado gesto.

— Assim seja! – contestamos – formando com ambas as mãos a contrassenha.

— Mas antes que se vão, devo dar-lhes a peça em heroicos decassílabos a consolidar o cumprimento de antiga promessa minha, de que comporia um soneto para cada um dos 12 signos, e ainda para cada um dos 10 planetas. Pois, bem, este é o último da série toda. Mas queiram os anjos que ainda possamos compor soneto extra a dar nota dos predicados astrológicos do asteroide Quíron, razão de um vindouro encontro nosso.

E pondo em minha mão seu mais recente soneto, recomendou-me que o publicasse junto a esse relato, que se fez extenso dado à complexidade do tema em questão, com o que espero bem retratar em prosa e verso o que transcorreu de mais significativo entre colunas, por ocasião desta nossa última e plutônica tertúlia.

PLUTÃO

Oh, Plutão, Senhor do Hades, deus dos mortos,
que ao Tártaro submete os criminosos,
que guarda as nossas almas e inda os ossos,
que tens Caronte ao cais do fim dos portos…

Plutão, que és rei dos pântanos, dos poços,
tutor das gerações por veios tortos,
que oculta essa abissal raiz dos hortos,
ressurreição de invernos rigorosos…

Plutão, tio de Perséfone, sua esposa
que de bom grado sorveu das paixões,
que por romã se fez Rainha pálida;

Plutão, cujo Mistério é o da crisálida,
que em morte ensina vida à mariposa,
que o adubo é o Grande Pai das Estações!

Nicolau Nicolei de Ptolodamus
Astrólogo do Rei
Porta-Céu de onde estamos
decassílabos heroicos
Sol aos 21º de Peixes
Lua minguando aos 3º14’de Escorpião

Hades e Perséfone

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Para ler todo este texto desde o início, siga os links:
Plutão, Pai das Estações – Parte I
Plutão, Pai das Estações – Parte II
Plutão, Pai das Estações – Parte III
Plutão, Pai das Estações – Parte IV
Plutão, Pai das Estações – Parte V

2 Comments

  1. Patrícia disse:

    Fechou com chave de ouro, Amigo da Alma, precioso texto! Segui mentalmente todas pistas do Céu que Mestre Nicolau repassou, em retrospecto, e pude sensivelmente rememorar fatos e fotos de dramáticas horas vividas no período da “grande peste” deste início de milênio. Não é pouca coisa o quê estamos MUNDO a vivenciar, tantos detalhes significativos de uma nova Aurora também, ainda que aterrorizante. Sobrevivemos até aqui, graças!, e vocês inspiraram-me a lembrança da conjunção exata entre Júpiter e Saturno a 0 grau de Aquário, o Aguadeiro! – remetendo-nos, entre outras coisas, a uma novíssima conceituação da sagrada ‘Estrela de Belém’. É como místicos e estudiosos astrólogos também compreendem a importância e a delicadeza deste instante tão severo para nós e para Gaia. Sem falar de Quíron, cuja presença invisível é mais do que sentida em todo este processo criativo, tanto individual como coletivo. Vou aguardar sim, com muita ansiedade, este vosso prometido encontro, espero ser avisada. Muito grata e feliz pelo encontro, grande abraço a todos, com meus votos de ótimas Festas reservadas de Solstício!!

  2. Patrícia disse:

    Amei, amei, ressalto à parte.

    PLUTÃO
    Oh, Plutão, Senhor do Hades, deus dos mortos,
    que ao Tártaro submete os criminosos,
    que guarda as nossas almas e inda os ossos,
    que tens Caronte ao cais do fim dos portos…

    Plutão, que és rei dos pântanos, dos poços,
    tutor das gerações por veios tortos,
    que oculta essa abissal raiz dos hortos,
    ressurreição de invernos rigorosos…

    Plutão, tio de Perséfone, sua esposa
    que de bom grado sorveu das paixões,
    que por romã se fez Rainha pálida;

    Plutão, cujo Mistério é o da crisálida,
    que em morte ensina vida à mariposa,
    que o adubo é o Grande Pai das Estações!

    Nicolau Nicolei de Ptolodamus
    Astrólogo do Rei
    Porta-Céu de onde estamos
    decassílabos heroicos
    Sol aos 21º de Peixes
    Lua minguando aos 3º14’de Escorpião

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