Amigo da Alma Rotating Header Image

Árvore da Vida

Árvore da Vida – Tarô da Golden Dawn

Feito à imagem e semelhança divinas, Adão mítico traz consigo o universinteiro em sua alma; homem primoriginal, microcosmo da matricial Árvore da Vida (com suas 10 Sephiroth unidas entre si por 22 elos, a compor assim os 32 caminhos da Inteligência Cósmica), eis o celestorvalho e a seiva edênica que nos insuflam a alma de vida, com seu divino quê de imortalidade.

Cabala: tradição oral, sabedoria transmitida de boca a ouvido, daquele que fala àquele que escuta, para que, silêncio guardado, possa este um dia transmitir também ao novo iniciado o secretentendimento.

Árvore da vida: mandala cósmica transcendente, mapa náutico das almas orientadas para o Inefável e Incognoscível, para o Todo celestial, infinitamente maior que a mera soma das partes e dos 32 caminhos que compõem o grande tabuleiro da existência.

Porque acima dos homens estão os Anjos, e acima destes os Arcanjos, pois assim se sobrepõem as hierarquias até chegar ao Serafins, que trabalham e oram na esperança de que sejamos todos criaturas enraizadas na primeva Árvore eterna, cujos frutos somos nós mesmos, rebentos de sementevolutivas da Grande Consciência. 

ÁRVORE DA VIDA

De Kether a Malkuth 10 Sephiras(*)
e 22 caminhos de entrelace,
quisera D’us assim nos abraçasse
com todas as suas letras proferidas;

Que o Verbo é Criação; Poder, Sua face;
estrelas do infinito, Suas safiras;
é o Macro e à semelhança o micro em vidas,
é o Homem resgatando o Adão que nasce.

Kaballah é Tradição, recebimento,
o Gênese e a Torá, Nome de D’us,
o Inefável Ser em sarça ardente;

É o Verbo que aos poetas, os filhos Seus,
de boca a ouvido passa o ensinamento
de como unir-se a Ele, eternamente.

Paulo Urban, sonetista do Aquarismo 
decassílabos heroicos

____________________________________

árvore da Vida em iluminura judaica medieval

 (*) Sephira, termo hebraico derivativo do verbo saphar que literalmente se traduz por ‘contar’. A forma plural do termo hebraico é Sephiroth, aqui, em Português, grafado como também se aceita, sob o nome de ‘Sephiras’. A doutrina da Kaballah, cujo nome significa ‘Tradição’, ‘recebimento’, ‘aquilo que se passa de boca a ouvido’, compreende cada uma destas Sephiroth como emanações ou manifestações em que se desdobra a potência primordial de D’us Criador; são elas, portanto, aspectos de seu Ser, por isso cada qual tem seu próprio nome: 1. Kether – Coroa; 2. Chokmah – Sabedoria; 3. Binah – Entendimento; 4. Chesed – Misericórida; 5. Geburah – Julgamento; 6. Tiphereth – Beleza; 7. Netzach – Vitória; 8. Hod – Esplendor; 9. Yesod – Fundamento e 10. Malkuth – Reino, ou o mundo em que vivemos.

Em sua unidade dinâmica as dez Sephiroth apontam para uma raiz oculta de onde tudo provém, Sua origem, acerca da qual nada se pode dizer, posto ser Inefável o Seu Mistério, fonte esta à qual os cabalistas chamam de Ain Sof (o Infinito, o Sem Começo, o Nada, o Incriado), raiz de todas as raízes, de onde a Árvore da Vida retira sua seiva e sorve seu alimento.

Leave a Reply