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Sono-Mor

Les Templiers - C. de Copas.0.3Eram mandalas de arcabouços bioneuroquímicos que se abriam e se fechavam, ora engolindo, ora cuspindo as suas já mais perdidas certezas, imagens presas em multicoloridas contas de sinapses, caleidoscópicas miragens dançantes entrespaços absconsos, todas juntas revelando o universonírico na lâmina brilhante e platinada dos espelhos dos neurônios.

Linguagem cristalina do divininconsciente, mapa náutico de todos os argonautas, pedra filosofal da mitologia pessoal, os sonhos cumprem seu papel catalisador de precipitar a nossa queda no profundabismo de nós mesmos. À mesa, sentado entre Thanatos e Morpheu, encontra-se o homem, que inebriado adormece ao beber da extremeterna taça de seus sonhos.

SONO-MOR 

Sonhava o sonhador um sonho estranho:
via-se estranhamente despertando
e impressionado cria-se anotando
mensagem recebida em céu de estanho.

Plasmalíqüis catódicos em bando,
matrizes de holograma azul-castanho,
caleidoscopionírico emaranho
é o sonhador em sonho assim sonhando.

O sonho em pesadelo entrou medonho:
titânicos vulcões jorravam ouro,
dragões beijavam o mar sons estalados,

golfinhos de armadura encouraçados
vazavam em cruzmitarra o cristão-mouro;
estranho, o sonhador sonhava um sonho!

Paulo Urban, Sonetista do Aquarismo

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