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Júpiter

JÚPITER

Sou Júpiter dos Raios e Trovões,
Regente em Sagitário – Quíron(1) médico –
sou Pai Legislador enciclopédico,
aquele que governa as gerações.

Sou Cura(2) entre os hindus, planeta védico;
Deus Indra(3), sorvo o soma aos borbotões,
doo vida em tempestades, sou monções.
Do Olimpo eu rejo um Cosmos ortopédico,

sou bênçãos sobre o berço, Rei da Infância,
também benevolente Pai dos homens.
Dos povos babilônicos, Marduk(4);

deus Thor, também Tupã(5), sou muitos nomes…
Pra tudo sempre tenho o melhor truque,
talentos multiplico em abundância!

Nicolau Nicolei de Ptolodamus
Astrólogo do Rei
Porta-Céu de onde estamos
decassílabos heroicos
Sol a 6º47’01” de Libra
Lua Minguante-Nova a 20º02’59’’ de Virgem
Júpiter a 4º18’56’’ de Libra, em casa XI
Sagitário Ascendente a 9º18’

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Notas mítico-astrológicas (por Paulo Urban):

(1) O signo de Sagitário é representado por um centauro de nome Quíron, exceção entre os de sua espécie, posto que possuía nobre caráter. Quíron era ainda, além de excelente arqueiro, pedagogo e médico. Teria transmitido sua pedagogia a Pitágoras assim como ensinou sua medicina a Asclépio.

(2) Cura é o nome pelo qual é conhecido o planeta Júpiter na astrologia védica.

(3) Indra é deus guerreiro dos mais importantes em toda a Índia, haja vista ser ele aquele que traz as tempestades das monções, sem o que o solo indiano, muito seco, e, por conseguinte, toda a vida na região, pereceria.

(4) Deus supremo da Mesopotâmia, Marduk era ainda uma deidade agrária, regente tanto da lavoura quanto das águas, chuvas e tempestades. Sua história acha-se relatada na epopeia de Enuma Elish, poema babilônico da Criação que narra em versos de como Marduk, filho do Céu, derrota Tiamat, monstruosa serpente marinha, força ctônica que se rebelara contra os deuses celestes. Marduk, assim como Júpiter, será aquele que irá primeiramente pôr ordem no caos para então passar a governar o mundo. É Marduk quem põe os demais planetas no seu devido curso e, sendo deus de caráter também agrário, estabelece o calendário.

(5) Thor e Tupã estão ambos associados à figura de Júpiter; o primeiro por ser o deus nórdico da clava que, quando brandida, traz as tempestades com seus raios e trovões; o segundo, deus indígena brasileiro Tupi-Guarany também chamado ‘O Espírito do Trovão’.

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Para ler outro sonetastrológico de mestre Nicolau, acesse: Marte.

One Comment

  1. Patricia Camel disse:

    Aqui, uma curiosidade: Mestre Nicolau Nicolei não o associa com Zeus, desvinculando-o de Quíron. Para mim 2 deidades diferentes. Por que razão? Outro belo soneto, sou muito ligada a Quíron e adorei saber das correspondências míticas!

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