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Mandaleto

MANDALETO

Escrevo meus sonetos qual mandalas,
quartetos e tercetos, 4 estrofes,
são corpos seus quadrantes, 4 cofres,
e os versos simples forma de moldá-las.

Por eles circum-ambulam Sal e Enxofre,
Mercúrio e os vis-metais planetescalas;
por eles eu transito as minhas salas
que em todo sonetar meu ego sofre.

Sonetos são caminhos para dentro,
são passos que convergem à prima-mônada
ousando a simetria da arte estética;

Sonetos são um talho em Pedra hermética,
inquietações que expressam a alma incômoda
raiando em labirintos desde o Centro!

Paulo Urban
Sonetista do Aquarismo
decassílabos heroicos
11 de setembro, MMXIII

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Foi a artista plástica Mônica Facó quem criou esta Mandala que ilustra o ‘Mandaleto’. Foi ela também quem sugeriu este nosso site se chamasse ‘Amigo da Alma’, nome este inspirado na expressão celta Anam Cara. Anam é termo gaélico para ‘alma’, e cara é palavra que designa ‘amigo’. Curiosamente, em português também podemos designar determinada pessoa por ‘esse cara’, ‘aquele cara’, tanto em razão de que cada um de nós tem ‘seu próprio rosto, sua cara’, como também, poucos linguistas o notam, por influência das raízes gaélicas sobre a ‘última Flor do Lácio’, isto é, nosso idioma, conforme o chamou Olavo Bilac (1865-1918) em seu soneto “Língua Portuguesa”, cujo primeiro verso diz: “Última flor do Lácio, inculta e bela”, referindo-se ao Português como a última língua derivada do Latim Vulgar (por isso, inculta) falado no Lácio, uma região italiana.

Para os celtas, anam cara é aquela amizade que transcende todas as convenções e categorias, e que se revela pelo amor incondicional incutido nos pequenos detalhes que criam essa intimidade entre almas que comungam desse sagrado encontro, desse reconhecimento mútuo da presença do outro, do verdadeiro amigo em nossas vidas. Assim é Mônica Facó em minha vida. Por meio de amizade assim é que aprendemos a aspirar mais e mais pela divina comunhão que se manifesta entre almas que se revelam verdadeiramente afins; afinal, quando dois ou mais estiverem reunidos em nome Dele, será sempre o Amor que se fará presente. Diante dos bons amigos, na presença de nosso anam cara, é que o reino do invisível se inclina a manifestar-se entre os homens, facilitando aos anjos que se expressem também em nossa vida cotidiana.

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Para conhecer outros trabalhos artísticos de Mônica Facó, suas mandalas, máscaras e talismãs, acesse: www.artedaalma.com.br

e visite também aqui no Amigo da Alma outros textos nossos, igualmente ilustrados por Mônica: Re(des)velando Mandalas; Máscaras: os Dez Mil Rostos de Deus; e Talismãs.

One Comment

  1. ANDREA HONAISER disse:

    Lindo e aquarianísimo! Onde as afinidades de almas que mantêm sua identidade e expressão pessoal se tocam por estas “afinidades sutis e subjetivas”. Lindo o trabalho da Mônica, que ainda não tive o prazer de conhecer; e o soneto e o texto deste querido Amigo de Alma, Paulo. As almas afins realmente se reconhecem e é tão bom saber que este mundo está povoados delas!

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